Texto e ilustração por Anderson de Souza
A nação estava desesperada. Clamava até mesmo para Deus por um novo líder. Eles tiveram seu pedido atendido.
O novo chefe toma posse.
Porém, o soberano não admite que se discuta suas ordens. Homem forte, alto, fala firme, cabelos castanhos, ou seja, um belo exemplar da máxima masculinidade.
Esse militar de prestígio descredencia a justiça e seus adversários políticos. Gosta de lembrar que a maioria do povo legitimava a sua autoridade. Um guerreiro muito estimado pelos militares do seu País, afinal de contas era um deles.
O oficial foi uma autoridade que seguia os preceitos de Deus, dono de um emocional inflamado, bélico, viril e – muitas das vezes – enfurecido.
Esse comandante nacionalista era corroborado pela religião dominante de seu País. Portanto, seu discurso de ódio contra os outros povos estava escorado e disfarçado.
Estou falando do rei Saul. Nascido por volta de 1066 a.C., esse aguerrido monarca foi o
primeiro rei de Israel e começou muito bem o seu reinado, depois caiu em desgraça.
O jovem da cidade de Gibeá se tornou um líder que não reconhecia seus erros, se tornou depressivo, covarde e atrapalhado.
Alguns historiadores dizem que se tornou um doente mental com várias ocorrências de esquizofrenia. Morreu no campo de batalha, teve a cabeça cortada e seu corpo exposto vergonhosamente.
A ânsia pelo poder e seu discurso beligerante-autoritário fez desse líder militar um homem cego e marcado como um dos piores governantes do seu tempo.
A esperança veio depois com um tal Davi.