Por Anderson de Souza
Sempre fui competitivo por ter sido criado desta maneira. Sabe aqueles momentos do prazer da vitória? De subjulgar o derrotado em qualquer aspecto da vida? Para quem cresceu em meio a cultura televisiva dos anos 80, vencer é uma coisa natural e necessária principalmente para nós ocidentais.
Esse tipo de atitude e pensamento, muito por influência dos norte-americanos, fez a cabeça de uma geração que agora está frustrada, preconceituosa e extremamente utilitarista. Logicamente isso tudo está mudando. Acredito que estamos num processo de evolução natural. O advento das possibilidades colaborativas, uma real consciência de unidade e de que pertencermos a uma grande comunidade mundial nos faz acreditar num futuro um pouco diferente do que projetam alguns acadêmicos pessimistas.
O mundo está colhendo o que plantou nos últimos cinquenta anos e isso é um fato. No entanto, devemos pensar menos com a cabeça do século XX. Nos últimos 15 anos, estamos aprendendo que a sustentabilidade em todos os seus aspectos é o único caminho viável para a coexistência social-econômica-político-religiosa de um todo que chamamos de humanidade.
Sem parecer otimista e demagogo em demasia, ou mudamos agora o nosso modo de ver o mundo – e por consequência as nossas práticas – ou afundamos todos num modus operandi que nós mesmos criamos.
Em tempos de crise, perder e ser um loser – como os estadudinenses chamam os derrotados na vida – é mais do que necessário para aprender a viver. É quase uma regra.