A edição 72, de julho de 2017, do jornal Cândido — editado pela Biblioteca Pública do Paraná — traz um especial sobre a trajetória de Bob Dylan. O americano de Minnesota foi o primeiro compositor a receber, em dezembro de 2016, o Prêmio Nobel de Literatura. Considerado um “artista dos artistas”, a obra de Dylan inspirou inúmeros músicos — dos Beatles a Caetano Veloso, passando por Jimi Hendrix e Raul Seixas, entre outros.
O jornalista e escritor Jotabê Medeiros (que prepara a biografia de Belchior, outro artista conhecido pela qualidade de suas letras) traça um perfil de Dylan, com informações sobre a sua formação, repertório e o impacto que sua vasta obra tem causado na cultura ocidental ao longo de meio século. Em um segundo texto, Medeiros mostra como o legado de Dylan foi assimilado por artistas como Patti Smith, Leonard Cohen e Gil Scott-Heron. O especial ainda traz uma lista comentada com dez álbuns do “Shakespeare do rock” e uma análise do diálogo de autores brasileiros com a obra de Dylan.
Outro destaque do Cândido 72 é uma reportagem que recupera o percurso do escritor Dyonelio Machado (1895–1985), que estreou há 90 anos com o livro de contos Um pobre homem. Mais conhecido pelo romance Os ratos (1935), Machado escreveu 19 livros em que problematiza angústia e perseguição, entre outros temas. A edição também conta com uma entrevista com Veronica Stigger, uma das escritoras brasileiras contemporâneas mais premiadas, identificada por borrar as fronteiras entre os gêneros literários, transitar pelas artes visuais e se manifestar nas redes sociais.
Na seção Cliques em Curitiba, um ensaio do fotógrafo Eduardo Vernizi e, entre os inéditos, poemas de Zuca Sardan, Paulo Scott e Dennis Radünz, dois textos líricos de Leonard Cohen traduzidos por Fernando Koproski, além de um conto de Carlos Alberto Sanches.